segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Julio Mesquita

Julio Cesar Ferreira de Mesquita nasceu em Campinas a 18/08/1862, filhos de pais portugueses vai aos 3 anos de idade para Portugal, onde inicia seus estudos. Regressando a Campinas onde se forma e depois muda-se para São Paulo onde cursa Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, terminando em 1883.
Casou-se com Lucila de Cerqueira César, filha do senador José Alves de Cerqueira César, teve 12 filhos.
                                               Júlio Cesar Ferreira de Mesquita
Exerce a carreira de advogado, mas a abandona tomado por uma intensa paixão: o jornalismo e a política. A trajetória política deu início quando foi eleito vereador em Campinas, seguido pelo cargo de secretário do primeiro governo provisório republicano de São Paulo. Foi deputado à Constituinte paulista, senador estadual e deputado federal.
O Jornal "A Província de São Paulo "  de propriedade exclusiva de Francisco Rangel Pestana, era órgão oficial do PRP ( Partido Republicano Paulista).
Rangel Pestana era proprietário com sua esposa do Colégio Pestana, onde Caetano de Campos era professor.
O Em outubro de 1884, Rangel Pestana vendeu metade do jornal à firma Alberto Sales e Cia, tornando a comprá-la em dezembro de 1885. Nova sociedade comanditária foi constituída, e nesse momento Júlio César Ferreira de Mesquita, ingressou no jornal como redator-gerente.
A partir de 1888, Júlio Mesquita passaria a co-diretor do jornal, ao lado de Rangel Pestana.
Tanto Rangel Pestana como Júlio Mesquita ocuparam cargos públicos no governo provisório de Deodoro da Fonseca: Pestana, eleito deputado constituinte, transferiu-se para Petrópolis (RJ), enquanto Mesquita tornou-se secretário de Prudente de Morais e Barros, membro da junta governativa do estado de São Paulo.
Caetano de Campos apresentado a Prudente de Morais faz a Reforma de Ensino e depois é convidado a dirigir a Escola Normal. Cria a Escola Anexa à Escola Normal, onde dois dos filhos de Julio de Mesquita ingressa: um deles é Julio de Mesquita Filho.
Com Julio Mesquita na direção efetiva da Redação -  assumiu o cargo de diretor-gerente em 1888 -, vieram grandes inovações. O jornal, que passou a se chamar "O Estado de S. Paulo  ", na Guerra de Canudos,  enviou um repórter, Euclides da Cunha, para cobrir as lutas no sertão da Bahia.
Em 1900 reivindicava a reforma da Constituição, o saneamento do voto popular, o aperfeiçoamento da instrução pública e da reforma judiciária, a supressão dos impostos de trânsito e a fiscalização tanto da arrecadação como da aplicação da receita estadual.
Em 1914, o jornal O Estado de S.Paulo, diário que desde a sua fundação (1875), tinha a melhoria da instrução pública como uma de suas principais bandeiras, promoveu um inquérito sobre a situação da instrução pública no estado, para o qual convidou dirigentes educacionais, professores e jornalistas, cujas opiniões foram publicadas entre os meses de fevereiro e abril. Este inquérito, que tem sido utilizado como fonte em estudos de história da educação, quer para tratamento do pensamento educacional vigente, quer para a apresentação de diagnósticos dos contemporâneos a respeito da situação do ensino, ainda não foi tratado pela historiografia como um fato histórico para que concorreram determinadas relações sociais e de que decorreram ações para as quais o evento de sua aparição se mostrou decisivo.
Os entrevistados escolhidos por Julio Mesquita para responderem ao inquérito são em número de 14. Por ordem de publicação, responderam ao inquérito Oscar Thompson, Paulo Pestana, Ruy de Paula Souza, João Lourenço Rodrigues, Antonio Rodrigues Alves Pereira, João Chrisóstomo, Arnaldo de Oliveira Barreto, Antônio de Azevedo Antunes, José Ribeiro Escobar , Mariano de Oliveira, Pedro Voss, João Pinto e Silva, Francisco Azzi  e Ramon Roca Dordal.
Como a relação de nomes indica, a ampla maioria dos entrevistados integra um grupo “de elite” que, diplomado pela Escola Normal Caetano de Campos no último decênio da monarquia, ganhou “projeção política e administrativa” nos anos iniciais da primeira década republicana (cf. Monarcha, 1999, p.214). Esta geração de normalistas, cujos mais antigos representantes neste inquérito, Ramon Roca Dordal e Mariano de Oliveira, formou-se em 1888, “destacou-se ao liderar movimentos associativos do magistério, assessorar autoridades educacionais e produzir material didático de divulgação das novas idéias, especialmente no que diz respeito ao ensino da leitura” (cf. Mortatti, 2000, p.78). A maioria dos entrevistados participara do movimento de uniformização do ensino no Estado de São Paulo, desencadeado na gestão de Oscar Thompson na Diretoria Geral da Instrução Pública (1909-1910), como autores de métodos e cartilhas ou na condição de inspetores de ensino e membros de comissões encarregadas de revisão e indicação de livros didáticos e cadernos, mapas e materiais de ensino, adotados nas escolas públicas .
Em 1915, o Estado lançou uma edição vespertina, conhecida como Estadinho, que circulou até 1919. Seu diretor era Julio de Mesquita Filho, que iniciava a carreira de jornalista, enquanto seu irmão, Francisco Mesquita, se dedicava à administração.

No Jornal: Julio Mesquita, à esquerda, primeiro sentado, com a mão no queixo: Olavo Bilac, na fileira de trás, segundo em pé:  Júlio de Mesquita Filho
Em 1927, morreu Júlio Mesquita. A direção de O Estado de São Paulo foi então entregue a Nestor Rangel Pestana e a Júlio de Mesquita Filho. Plínio Barreto assumiu a chefia de redação e Ricardo Figueiredo a gerência. A assembléia geral da sociedade anônima proprietária do jornal passou a ser dirigida por Armando de Sales Oliveira, Carolino da Mota e Silva e Francisco Mesquita.
Referências bibliográficas
ANTUNHA, Heládio César Gonçalves. (1976). A instrução pública no Estado de São Paulo. A reforma de 1920. São Paulo: Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
Bontempi Jr,Bruno- O INQUÉRITO SOBRE A INSTRUÇÃO PÚBLICA NO JORNAL O ESTADO DE S.PAULO (1914)-Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
CALDEIRA, Jorge. (2002). Julio Mesquita, fundador do jornalismo moderno no Brasil. In: MESQUITA, Julio. A Guerra (1914-1918) por Julio Mesquita. São Paulo: O Estado de S.Paulo: Terceiro Nome, (vol.1), pp.21-33.
CATANI, Denice Bárbara. (1998). Metáforas da iluminação: observações acerca do estudo da história da educação republicana. In: SOUZA, Cynthia Pereira de (org.). História da Educação. Processos, práticas e saberes. São Paulo: Escrituras, pp.43-52.
HILSDORF, Maria Lúcia Spedo. (1999). Francisco Rangel Pestana. In: FÁVERO, Maria de Lourdes Albuquerque & BRITTO, Jader de Medeiros (orgs.). Dicionário de Educadores no Brasil. Da colônia aos dias atuais. Rio de Janeiro: UFRJ/MEC-INEP, pp. 201-211.
LARIZZATTI, Dóris S. de Souza. (1999). “A luz dos olhos de um povo”: os projetos de educação do jornal O Estado de S.Paulo, 1920-1934. Dissertação de Mestrado. São Paulo, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
MONARCHA, Carlos. (1999). A Escola Normal da Praça: o lado noturno das luzes. Campinas: Unicamp.
MORTATTI, Maria do Rosário L. (2000). Os sentidos da alfabetização (São Paulo, 1876-1994). São Paulo: UNESP:
 O ESTADO DE S.PAULO (1914). Inquérito sobre a situação do CONPED.ensino primário em São Paulo e suas necessidades. [de
27/02/1914 a 20/04/1914]
RODRIGUES, João Lourenço. (1930). Um retrospecto: alguns subsídios para a história pragmática do ensino público em São Paulo. São Paulo: Instituto D. Anna Rosa.
SOUZA, Rosa Fátima de. (1998). Templos de civilização: a implantação da Escola Primária Graduada no Estado de São Paulo (1890-1910). São Paulo: UNESP. 

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