sexta-feira, 20 de abril de 2012

Tributo ao Professor Raul Schwinden

Professor Raul, à esquerda, com professores e alunos do primário- década de 1960- acervo CRE Mário Covas


     Saudade de um grande Mestre
 
Hoje os caetanistas da década de 60 estão muito tristes. 
Acabei de saber do falecimento do nosso querido Professor Raul Shwinden, acontecido ontem, dia 19 de abril.
Fui aluna do Prof. Raul de 1956  a 1959, no curso ginasial, na querida Caetano de Campos.
 
O que posso falar sobre ele?
Foi um grande mestre, o professor que me ensinou a escrever e falar corretamente a nossa língua portuguesa.
 
Ele era charmoso, atencioso, muito educado e "bonitão", estava sempre de terno e gravata, como se apresentavam os professores, naquela época.
 
 Assistir às suas aulas era um prazer, uma alegria, uma coleta de conhecimentos que eu guardaria para toda a vida.
 
Era rigoroso, sim, mas eu sabia que tudo que exigia era para meu bem.
Quantas vezes escrevi 100 vezes uma determinada frase, para corrigir uma regra de concordância, um erro ortográfico, uma falta de atenção em sala de aula.
Quantas vezes tremi, quando chamava meu número, para ler na frente da sala, a redação que havia escrito em casa.
 
E assim foi, pois apesar de ter feito o Normal e Faculdade de Pedagogia, sempre fiz uso do que aprendei naqueles quatro anos de ginásio, e até hoje, se tenho alguma dúvida sobre alguma regra de Português, consulto o caderno que fiz naquele tempo e que guardo com todo carinho e lembrança desse querido mestre.
 
Há pouco tempo fiquei sabendo que estava doente, mas mesmo assim, ao saber de seu falecimento, uma dor apertou meu coração e uma grande saudade bateu em minha memória.
 
Quantas recordações voltam daqueles dias, em que sentada em minha carteira, assistia às suas aulas com a máxima atenção, engolindo cada palavra que dizia.
 
Bate-me também saudades de minha mãe, pois numa comemoração de aniversário do professor, levei uma badeja de pastéis, que ele adorou e sempre me cobrava, querendo saber quando minha mãe ia lhe mandar os pastéis novamente. Desde então, os pastéis sempre estiveram presente em todas as festas para ele, e na bancada do exame oral.
 
Professor Raul leve consigo minha eterna gratidão, minha saudade, meu muito obrigada por ter sido meu mestre, por ter me ensinado o amor e o respeito pela educação e o gosto por entrar numa sala de aula e transmitir aos alunos o gosto, o carinho, o respeito pela língua portuguesa.
 
Professor Raul, com a sua partida, se vai também, uma parte da minha adolescência, mas, ambos ficarão guardados numa gavetinha muito especial de meu coração.
Obrigada Professor Raul, meu beijo e minha saudade.
 
Maria Lúcia de França Camargo
(Lu Camargo) -- 

Diretor, o professor Raul com D. Irene, Diretora do Jardim- Década de 1960- acervo CRE Mário Covas



2 comentários:

  1. Mais um mestre que partiu e nós nos sentimos mais orfãos. Os nossos agradecimentos e as nossas saudades da nossa "infância querida, que os tempos não trazem mais". Eloísa Maria Rocha Salvato.

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  2. Não conheci o professor Raul, porém lembro-me do meu tempo de adolescente e jovem adulto dos diversos comentários favoráveis a ele que eram feitos na imprensa.
    Li emocionado o texto de Lu Camargo, o que me levou também há cerca de 40 anos passados, quando, no último ano de faculdade coube-me fazer um discurso de improviso em uma pequena homenagem que fizemos ao Prof. Haddock Lobo (filho do ilustre Haddock Lobo que dá nome à rua em Cerqueira Cesar).
    O Prof. Haddock Lobo se aposentava naquele ano e foi um momento muito emocionante em que me coloquei em seu lugar.
    Como professor que fui por cerca de 20 anos consigo avaliar esse reconhecimento e homenagem de Lu Camargo. Parabéns a todos que puderam conviver com o Prof. Raul e solidariedade à família enlutada. Edison Roberto Morais (ermorais@uol.com.br).

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