Quem é que não se lembra do lendário Ubirajara. Ele era o cara que sempre pegava a gente no pulo quando estávamos aprontando alguma coisa.
Ninguém sabia ao certo o cargo do homem: seria o secretário ou assistente do prof Fábio, nosso diretor?
Seria um segurança? Um espião governamental plantado para pegar criancinhas subversivas? Tinha gente que chegava até a pensar que ele próprio era o diretor , como apareceu na história do esqueleto dançarino ,postado aqui no blog,mas acho que era um tipo de “braço direito”do diretor, os olhos do homem, que realmente circulava pela escola para ver se estava tudo em ordem.
Temos inúmeras histórias para contar sobre essa figura tão controversa, a minha, inesquecível se passou em 1977, quando estávamos na sétima série e o último ano que estudamos ali na Praça.
Tínhamos normalmente de 4 a 5 aulas por dia. Não sei por que cargas d”água alguém levou um baralho para a escola e começou a ensinar poquer para os colegas. Não passou uma semana, tava a classe inteira viciada. A coisa começou a se profissionalizar. Apareceram vários baralhos e fichas foram providenciadas.
Nos dias de 4 aulas juntavamos as carteiras de fórmica verde, formando várias mesas e aí a jogatina corria solta.
Eu me lembro de várias vezes ter me sentado ao lado do Eduardo e a gente se divertia muito. Sempre ficava um colega de prontidão espiando de vez em quando pra ver se o Ubirajara não aparecia, era o nosso maior medo! A gente combinou que se ele entrasse de sopetão era pra fazer cara de paisagem e fingir que estávamos fazendo trabalho em grupo.
Nossa alegria daqueles dias felizes não durou muito: o homem apontou lá no fundo do corredor, o colega viu, deu um grito, todo mundo no desespero jogou tudo o que tinha na mesa no chão e quando o homem adentrou no recinto, fizemos aquela cara de “poker face” ( paisagem) misturado com pavor e ele sem levantar a voz perguntou: mas o que é que está acontecendo aqui? Silêncio total, ele pegou os mais apavoradinhos , entre eles eu e liberou, fui correndo pegar o busão pra casa e nunca mais quis saber de jogo, o resto ficou e e até hoje eu não sei o que aconteceu, quem souber do fim da história que me conte…
Patrícia.
Eu estava na turma que foi liberada... Nunca esqueci este dia e virou lenda na minha casa!
ResponderExcluirAnna Paula