segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Semana da criança e o IECC

Na década de 1920 o deputado Federal Galdino do Valle Filho, teve a idéia de homenagear as crianças. Os deputados aprovaram a idéia e o dia 12 de outubro foi oficializado Dia da Criança pelo presidente da República Arthur Bernardes , através do decreto n* 4867 de 5 de novembro de 1924.
Seria uma semana onde o principal foco seria a saúde do bebê. 
Pérola Byington, como representante da Cruzada Pró Infância, foi ao Rio de Janeiro a fim de participar do II Congresso Internacional Feminista, organizado pela FBPF. Na Comissão de Proteção à Infância e Maternidade apresentou dois trabalhos "Pró Infância" e "Recreios Infantis" e fez quatro recomendações: 1) que fosse feito um apelo às mulheres brasileiras, visto acreditar que era responsabilidade, por excelência, do sexo feminino a proteção e a defesa da criança; 2) que as associações educativas e sociais colaborassem na realização da Semana da Criança, no mês de outubro; 3) que fosse criado um seguro contra doença e invalidez e taxas especiais para obtenção de fundos para uma defesa da criança e da saúde pública; 4) que fosse estabelecido um salário mínimo "para abrandar a situação do proletariado".
Quando da realização do II Congresso, a Cruzada ainda estava em fase de estruturação. Fundada em 1930 por um grupo de mulheres de São Paulo, sob a liderança de Pérola Byington e Maria Antonieta de Castro, tinha por objetivos combater a mortalidade infantil através de um programa de assistência para as crianças e para suas mães. A mortalidade infantil era uma  questão que preocupava as elites brasileiras.  Num espaço de poucos meses agruparam 100 (cem) "senhoras" e, em agosto de 1930, fundaram a entidade, que foi dirigida exclusivamente por mulheres. 
Foi por intermédio do Código de Educação de 1933 que se instituiu no Curso Normal a seção de Biologia Aplicada à Educação, abrangendo estudos sobre a fisiologia, crescimento e higiene infantis, e higiene escolar, com contribuições dos campos de conhecimentos médico e higienista.
O lugar em que muito se desenvolveram tais atividades práticas foi o Instituto de Educação “Caetano de Campos”.
Quem estava à frente do departamento de Biologia aplicada à educação era Antonio Ferreira de Almeida Jr.
A necessidade da ação social da escola; a assistência ao escolar não seria necessária se os pais pudessem assumir adequadamente o cuidado aos filhos, em suas diferentes fases de desenvolvimento, providenciando “a educação, o agasalho, o alimento sadio, os cuidados físicos exigidos pelas vicissitudes do organismo” 
 Almeida Jr. abordou enfaticamente muitas das iniciativas do Serviço de Saúde Escolar do Estado, do qual era chefe, na área da higiene escolar, pela implementação de campanhas e políticas públicas, funcionando como modelo para todo o país. Deveria a escola agir para fornecer às crianças pobres os “instrumentos de trabalho” (material escolar, roupas e calçados), o banho , bem como atuar para manter um serviço de dentistas e verificar a boa postura das crianças; enfocou também a ação social da escola referente à assistência moral ao estudante pobre, grande maioria da população. Pelo fato de passar algumas horas sob a vigilância do ambiente escolar, seria abreviada sua permanência na rua, local para onde fatalmente iria após o estudo. 
A viabilização dessas ações assistenciais ficava na dependência do financiamento de empresas particulares ou mesmo da boa vontade de dirigentes de instituições públicas que ofereciam suas instalações para colaborar com os serviços escolares de proteção à infância. No entanto, uma grande parte dessas iniciativas era bancada pelas caixas escolares, órgãos criados pela Reforma Sampaio Dória, em 1920, para viabilizar a assistência ao escolar pobre, com a finalidade de trazer à escola primária as crianças indigentes. O Estado deveria instalar uma caixa escolar na sede de cada município e destinar-lhe recursos anuais, que seriam complementados com subvenções das Câmaras Municipais, donativos e contribuições de sócios.
Almeida Jr criou, então em 1933, o Centro de Puericultura, com a escola de mãezinhas, onde com a ajuda de normalistas dava orientações de alimentação e higiene, faziam um trabalho de longo prazo acompanhando o desenvolvimento dos bebês.
Almeida Jr. já conhecia o trabalho de Pérola Byington na cruzada Pró-Infância , e em 1933, quando o Centro foi inaugurado, a Escola fez uma parceria com a Cruzada, tudo em prol da criança e suas mães.
Na semana da criança deveria ser feito um conjunto de ações tais como o concurso de Robustez infantil, onde as crianças matriculadas pelas suas mães e que recebiam orientação da escola de mães seriam premiados, além da distribuição de enxovais feitos por normalistas, a criação do dia do lactante e a premiação da criança que estuda.
Esta semana ganhou as manchetes dos jornais da época, estas ações ficaram incorporadas por anos na Escola Normal , o centro de puericultura permaneceu até o início da década de 1970 . Almeida Jr escreveu inúmeros livros, que foram adotados por quase todas as escolas normais do país e organizou até a década de 1960 vários cursos ligados à sua área na escola.
Os trabalhos com a ajuda das normalistas executando enxovais e campanhas em prol das instituições de caridade foi continuado pela diretora Corintha Accioly até sua aposentadoria no final da década de 1960.





       1934-Primeiro Concurso de Robustez Infantil vinculado ao Centro de Puericultura, que fazia parte da Semana da Criança


          1934- Crianças classificadas no concurso


        1933- Almeida Jr e as normalistas que orientavam as mães


     1933- sala de espera no Centro de Puericultura que ficava instalado no antigo prédio do  Jardim de Infância demolido em 1939


                        1933- Os bebês assistidos pelo Centro de Puericultura


1935- Folha da Manhã- Premio de Robustez Infantil da Cruzada Pró infância no prédio do Jardim de Infância da escola- Dia do Lactante, com distribuição de diplomas e brinquedos.


                   1939- Jornal Nosso Esforço fala sobre a Semana da Criança


1940- Semana da Criança- uma das ações era a premiação dos estudantes que haviam se destacado


1940- Jornal Nosso Esforço- ainda havia uma ligação entre a escola e a Cruzada Pró Infância



                  Dia do Lactante- nós chamamos de lactantes as criancinhas pequeninas; para elas       devemos dar toda a nossa atenção
            1940- Jornal Nosso Esforço- dia do lactante fazia parte da Semana da criança


                                               1942- Jornal Nosso esforço




                                         1943- Prêmio "Criança que Estuda"



                                                   1944- Jornal Nosso esforço





                                                  1946- Jornal Nosso Esforço


1946- Jornal Nosso Esforço- além desta distribuição de prêmios para os melhores alunos, D. Carolina distribuiu prêmios do Concurso Robustêz Infantil, mesmo depois de 12 anos o programa ainda continuava vigorando na escola


                                                        1952- Jornal Nosso Esforço


1960- Jornal Nosso Esforço- D. Corintha Accioly prossegue na Semana da Criança com os trabalhos de enxovaisinhos dados à instituições carentes




1963- Homenagem à grande colaboradora, a normalista Cecília Pereira e a morte de Pérola Byington



1964- Aluno escreve sobre o Salão da Criança, que por muitos anos era realizado na Semana da Criança


1968- O Centro de Puericultura com as normalistas ainda cuidava dos bebês e orientava as mães, permaneceu até 1971.




1969- Semana da Criança- D. Corintha lança a campanha: "Doe um livro para a biblioteca de sua escola"




                                              1975-Convite de festa na escola




Fonte: CRE Mário Covas

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