domingo, 12 de fevereiro de 2012

Antonio Firmino de Proença

Nasceu na cidade de Sorocaba, no dia 26 de junho de 1880.


                            Antonio Firmino de Proença,  à direita-, aos 8 anos em 1888

Antonio Firmino de Proença iniciou sua jornada no magistério público do Estado de São Paulo, diplomando-se professor pela Escola Normal da Praça em 1904.
Sua vida de normalista teve início em 1901, poucos meses antes de completar vinte e um anos de idade.


Turma de formandos 1904, onde figuram os professores José Eduardo de Macedo Soares e René Barreto-  Proença é o primeiro sentado à direita


                                           Diploma da Escola Normal- 1904

Dois meses após sua formatura foi nomeado professor interino na Escola Complementar de Guaratinguetá. Alguns meses depois foi transferido para a Escola Complementar de Piracicaba. Nesta escola atuou como professor do 3* ano até a reforma de 1911, que transformou as escolas complementares em escolas normais primárias e criou as escolas normais secundárias. Em decorrência dessa reforma, foi nomeado para assumir a cadeira de Aritmética, Álgebra e Geometria na, já então denominada Escola Normal de Piracicaba.
Começava assim a perigrinação de Firmino de Proença pelas escolas normais do Estado de São Paulo, ora desempenhando a função de professor, ora de diretor e às vezes, as duas concomitantemente. A primeira dessas escolas foi a de Piracicaba ( 1911); depois a de São Carlos (1913); em seguida a de Pirassununga ( 1920) ; novamente a de São Carlos (1922); uma rápida passagem por Campinas, onde dirigiu o Ginásio do Estado (1927) .




1922- São Carlos- Comissão de festejos do Centenário da Independência- Proença na época diretor da Escola Normal de São Carlos é o 3* sentado da esq. para direita



Em 1928 vem para São Paulo onde assume o cargo de Inspetor Geral do Ensino e dois anos depois é nomeado diretor da Escola Normal da Capital (1930).
Na Escola Normal ficou até sua aposentadoria, em 1938, onde em seguida abre sua própria escola: o Ginásio Caetano de Campos, que ficava na Rua Augusta, fato esse muito curioso, pois quase ninguém sabe da existência desta escola, nem a data de abertura e nem do encerramento de suas atividades, mas o que sa sabe é que mesmo depois da morte de Proença em 1946 a escola ainda funcionava, pois um professor que dava aulas nesta escola, o prof. Salomão Becker ( dava aulas na Escola Caetano de Campos também), foi o suposto criador do dia do professor, que foi instituído naquele estabelecimento no dia 15 de Outubro de 1947.
Não só se dedicou como mestre em Matemática, como dito anteriormente, era também versado em História Natural e Geografia .
Planejava estudos orientando aulas de Ciências, espalhando terrários pelas salas de aula para que as crianças vissem diretamente coisas da vida animal e nessa área escreveu livros sobre as lições das coisas ( baseado nos conceitos do Americano John Dewey) onde mostrava as maravilhas da natureza.
Escreveu também livros de Geografia, além das cartilhas e contos infantis.


  Cartilha Proença - primeira edição em 1926- esta capa foi de uma edição posterior


1926- Leitura do principiante evoca um universo infantil com desenhos de plantas, animais e natureza, embora em seu miolo aborde temáticas envolvendo a vida cotidiana, brincadeiras, comércio ,etc.


                           1926- 1* Livro de leitura- esta capa é de edição posterior


                                                    1926-  2* Livro de leitura

                                                 1927- 3* Livro de leitura


                                                      1928- 4* Livro de leitura

Os livros da série de leitura Proença contribuíram para a formação de muitas gerações de brasileiros. Todos tiveram sucessivas edições e alguns circularam em outros estados como Pernambuco, Ceará e Santa Catarina.


1928- Como se ensina Geografia teve duas edições ( a outra é de 1932)- cada uma com tiragem de 3 mil exemplares, funcionava como um manual didático para professores.
Além deste livro, Proença foi reconhecido e fartamente citado por diversos autores, dada sua expressividade na produção pedagógica da época. Foi autor entre outras publicações , de diversos artigos na revista "Educação"de São Paulo, dentre os quais sobressaem treze artigos em que constavam planos de lições primárias, modelos de aulas, recomendações didáticas,, salientando-se o enfoque notadamente metodológico atribuído às proposições de ensino daquela matéria.


Década de 1930- ele é o 4* sentado da direita para a esq.- Fernando de Azevedo é o 2*- aqui estão entre um grupo de professores


1935- Firmino de Proença acumulava os cargos de diretor da Escola Primária e Secundária, em 1936, Carolina Ribeiro assume a diretoria da Escola Primária. Na foto ele é o terceiro em pé da esq. para a direita. O diretor Fernando de Azevedo é o 3* da direita para a esquerda.
Todos professores das Escolas Primária e Secundária.

Quando Fernando de Azevedo foi diretor do Instituto de Educação e começou a reforma para a construção do terceiro andar do prédio da escola, em 1933, Proença era diretor das Escolas Primárias e Secundárias, como foi citado anteriormente. Quando Azevedo deixou o cargo, assumiu então Firmino de Proença seu lugar, mas o Instituto de Educação ligado à USP, voltou às suas origens chamando-se assim  “Escola Normal Modelo “.


1938-Primeira turma formada pela IEUSP( Instituto de Educação da Universidade de São Paulo, criada por Fernando de Azevedo que substituiu a Escola Normal, mas que voltou a ser Escola Normal novamente em 1939) - Proença sentado na primeira fileira, quinto da esq. para direita

Somente em 1939, quando ele já havia passado o cargo para Carolina Ribeiro toda a escola denominou-se Escola Caetano de Campos.
Isso deveu-se a um fato curioso ligado diretamente à Proença: sua turma, formada em 1904 em 1939, ao completar 35 anos de formada pediu que fosse dado esse nome para toda a Escola e foram atendidos pelo decreto n* 10776, de 12/12/39, expedido pelo então secretário da Educação Álvaro Guião, que veio a falecer num desastre aéreo naquele ano e que por gratidão seu nome foi dado para a sala de conferências recém inaugurada no terceiro andar, onde recebeu uma placa de bronze com sua assinatura, encomendada por Carolina Ribeiro.

                                            1939- Antonio Firmino de Proença

Em 1946, por ocasião do centenário da Escola Normal, recebeu o nome de Instituto de Educação “Caetano de Campos”.


Fonte:
Fotos do acervo pessoal de Proença e cedidos por sua bisneta Inaiá Nogueira da Silva Diniz, que foi a idealizadora do livro sobre a vida de Antonio Firmino de Proença:
Razzini- Marcia de Paula Gregório - organizadora do livro: Antonio Firmino de Proença: professor, formador, autor-Porto de Idéias- 2010:
Capítulos escritos por: 
Luis Carlos Barreira-Trajetória de Antonio Firmino de Proença
Isabel Cristina Alves da Silva Frade-Cartilha Proença e leitura do Principiante de Antonio Firmino de Proença: configurações gráficas e pedagogia
Maria Helena Camara Bastos e Maria Stephanou- Pátria, patriota, patriotismo, compatriota, patrício: valor do ensino da "Geografia da Pátria"na escola brasileira

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