Pallu à esquerda com o grupo de alunas |
Pallu
"Dona Palu não se chamava nem um pouco Palu, era Maria Antonieta e nem era professora, e sim uma artista; tratava-se de uma mulher de uns 50 anos, solteira, viajada, que fazia da vida uma arte. Foi ela quem escolheu ser chamada pelo sobrenome Palu, porque antes dela já havia existido Pagu.
Hoje percebo que se tratava de uma homenagem cifrada à mulher mais feminista que existiu na primeira parte do século XX no Brasil.
Nunca soubemos nada sobre a vida privada da Palu, apenas que tinha participado de um projeto com crianças francesas e com elas pintado inteiramente uma capela no Hexágono.
Era ela quem levava artistas plásticos e críticos de arte à escola. O Geraldo Ferraz ( escritor, jornalista e crítico literário) esteve lá conosco e levou sua segunda esposa, que era pintora; a primeira foi justamente a escritora Pagu.
Foi Palu quem nos acompanhou à Bienal de São Paulo, quem nos carregou ao Museu de Arte Assis Chateaubriand, naquela época funcionando na Rua 7 de abril, foi ela quem nos iniciou em expressão e nos sensibilizou para as artes plásticas.
Foi com ela que vimos tudo que fugia ao academismo pictural, e mesmo com a dificuldade de abordagem do novos modos de expressão pudemos apreciar a arte contemporânea,não somente exposta nos museus oficiais como também em galerias privadas e na Bienal. "
O texto acima foi tirado do livro de Wilma Legris : Caetano de Campos- Memórias de uma aluna bem ( e mal ) comportada- 2010- editora Luna, o depoimento é da própria Wilma, ex- aluna de Pallu nesta escola.
A seguir uma reportagem que mostra Pallu levando as estudantes do Curso Normal, à uma exposição de História em quadrinhos e conversa com o cartunista Maurício de Souza:
Fonte: Folha de São Paulo: 5 de maio de 1966 |
Fonte: Folha de São Paulo: 13 de maio de 1966 |
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