sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Biblioteca infantil e Museu pedagógico

Em 1925, quando o professor Carlos Alberto Gomes Cardim era diretor da escola, instalou, com a ajuda de seus assistentes João Batista Brito e Renato Braga uma pequena biblioteca no fim de um corredor, onde depois se tornaria a entrada da Biblioteca Infantil, a primeira do Estado de São Paulo, uma das primeiras do Brasil.
D. Dulce Bressane tomava conta dos livros ( de 28 de maio de 1925 até 10 de agosto de 1927). A frequência não era obrigatória: os alunos que quisessem podiam pedir livros para estudar ou distrair-se.  Desta data até 1929 ficou sob os cuidados da professora Nísia Pereira Bueno. Essa primeira biblioteca foi fechada por falta de interesse por parte dos alunos e os livros foram encaminhados para a biblioteca principal da escola a “Paulo Burroul”.
Alguns anos depois,em 1933, uma professora do primário, D. Lenira Fracaroli conseguiu reativar a biblioteca num espaço maior, onde posteriormente funcionaria o museu infantil.
D. Lenira passou os cuidados da biblioteca para outra professora do primário, D. Djorah Carvalho Santos, porém também não durou muito, até 1935, pois a escola entrou numa grande reforma .
Em setembro de 1936, finalmente a biblioteca foi reaberta sob o comando de uma professora primária com conhecimentos em biblioteconomia: Iracema Marques da Silveira, foi nomeada como adjunta bibliotecária.
 Ela desencaixotou todos os livros que haviam sobrado das tentativas anteriores, aproveitou pouca coisa porque os livros não haviam sido selecionados adequadamente, eram difíceis, não propriamente infantis e foram mandados para outras escolas.
Foram instaladas mesinhas próprias, cobertas por um verniz à prova de riscos e cadeiras foram criadas especialmente para elas. Tudo feito pelo Liceu de Artes e Ofícios , acrescidos de outros moveis comprados e mandados fazer sob encomenda. Estantes adequadas e livros criteriosamente escolhidos e lidos por ela e outros professores foram colocados à disposição dos alunos.
A escola primária estava sob a direção de Carolina Ribeiro, a responsável por toda a obra da biblioteca.
A frequência agora não era para poucos alunos, mas sim para toda uma classe de cada vez.
Cada classe tinha um dia certo na biblioteca, onde passava uma hora lendo estórias de aventuras, de mistério, de animais e outros.
Como na época somente os livros estrangeiros eram lindos e diferentes, D. Iracema passava os dias colando grossas folhas de papel transparente de desenho, com as traduções para o português.
Recebeu por isso o apelido de “miss cola”, por estar sempre às voltas com vidros de cola.
Começou a organizar fichas com gravuras e ilustrações sobre diferentes matérias como história, geografia, biografias, botânica , zoologia e outros assuntos que serviam para a pesquisa escolar, assim como trabalhos e pesquisas de alunos. Este material existe até hoje no acervo que está sob os cuidados do CRE Mário Covas.
Então seu apelido mudou para “miss ficha”, além de outros como “miss dedicação”e “miss eficiência”.
A biblioteca começou a não comportar mais o número de livros, documentos, material didático e aparelhos de ensino ( projetores de filmes, slides, vitrolas, etc…) e teve que crescer. Além disso à ele foi incorporado o Museu Pedagógico “Caetano de Campos, com numismática, filatelia, seção indígena, seção de Braille e sede do jornal Nosso Esforço.
Em 1956 houve uma homenagem especial para D. Carolina Ribeiro, principal entusiasta e responsável pela reativação da biblioteca e em 1963, finalmente foi inaugurado um museu pedagógico com uma coleção ampliada; D. Wilma Roberto Bozzo , que trabalhava, então, com D. Iracema, frequentou o primeiro curso de museologia do estado . 
Em 1966 houve uma pequena remodelação das instalações, já na direção da diretora do primário Corintha Aciolly e do diretor superintendente Prof João Cardim.
Naquele ano D. Iracema se aposentou e a museóloga Wilma Roberto Bozzo ficou a responsável pelo museu pedagógico e biblioteca infantil, até sua mudança em 1978, para o prédio da Aclimação, onde D. Wilma reorganizou e cuidou do acervo até sua aposentadoria, na década de 1980. O nome da biblioteca do Caetano de Campos da Aclimação recebeu o nome de Iracema Marques da Silveira, uma justa homenagem àquela que por tantos anos organizou e cuidou de seu acervo.
Para saber mais sobre Iracema Marques da Silveira clique aqui








1937, D. Carolina Ribeiro, diretora do primário e Fernando de Azevedo, diretor         superintendente, D. Iracema, profs. e alunos no evento de agradecimento pela nova biblioteca

                                                         Jornal Nosso Esforço


                                                  Jornal Nosso Esforço- 1938

                       D. Carolina, D. Iracema e os alunos jornalistas do Nosso Esforço


1943- ficha de leitura- a cada livro o aluno era obrigado a colocar os dados da obra e fazer no verso um resumo do que foi lido- notem no carimbo da biblioteca, que o nome da escola era Escola Primária São Paulo- ligada à Escola Normal Modelo.


                                                                    Verso da ficha
                                                       Acervo- Biro Ernesto Zeitel





                                                              Década de 1950


















                                                   Jornal Nosso Esforço- 1963










 1959- Vinício Stein de Campos  fez discurso sobre a importância do índio na civilização brasileira na biblioteca, ao seu lado D. Maria Medeiros, D. Corintha Aciolly, prof João Cardim e D. Iracema




     1961- jubileu de prata ( 25 anos) do jornal Nosso Esforço- D. Iracema recebe as normalistas que fazem parte do orfeão Caetano de Campos

D. Iracema, se preparando para a projeção de um filme- década de 1960

D. Wilma, preparando projeção- década de 1960

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Wilma Roberto Bozzo, uma Caetanista com C maiúsculo

Nascida a 26/02/1931 em São Paulo, Wilma Roberto Bozzo iniciou os estudos no Jardim da Infância da Barra Funda, o primário no Bairro dos Campos Elíseos, no Colégio Dino Bueno , de freiras ,e concluiu o curso no Colégio João Kopke, no mesmo bairro.
Prestou exame de admissão para o ginásio no Instituto “Caetano de Campos “, D. Wilma declara que quando foi fazer o exame, aflita, encontrou a então diretora da escola, D. Carolina Ribeiro que assim proferiu estas palavras: “se você quiser, você consegue “. Então, no ano de 1945,ela iniciou o ginásio no Instituto.
Após terminar o ginásio, ingressou no curso Normal, na mesma instituição, onde concluiria 4 anos depois, em 1952. Um ano antes de concluir o curso, foi admitida como inspetora de alunos do Jardim de Infância e trabalhava, ao lado de outra colega, no corredor, ao lado da sala da diretora, D.Heloísa Grassi Fagundes. Concluiu um curso de datilografia, fundamental naquela época, e depois de formada, em 1952, foi admitida como auxiliar da diretora do Jardim, agora D. Lavínia Benevides Resende. Dentre algumas atividades de D. Wilma, estava a da organização dos sorteios para a admissão dos novos alunos que ingressariam no Jardim da Infância na escola. Tais sorteios eram organizados no auditório da escola, com a presença de pais, alunos e professores que acompanhavam o sorteio feito através de bolinhas numeradas colocadas dentro de um globo, como num jogo de loteria. Quem ingressasse na escola, teria vaga garantida até a quarta série do primário, quando depois teria que passar pelo exame de admissão para o ginásio, que foi abolido em 1971.Em 57 faz curso de metodologia e Prática do Ensino, na própria escola.
Em 1961, foi trabalhar na Biblioteca Infantil, como assistente de D.Iracema Marques.Conseguia manipular todos os projetores de filmes que eram divulgados em aulas especiais na Biblioteca, entre outras coisas. Fez inúmeros cursos, como de recursos audiovisuais ,de cinema, de psicologia infantil e em 1962, o primeiro curso de museologia pedagógica do Brasil, já que havia o plano de se abrir o museu ligado à biblioteca infantil, o que ocorreu em 1963. Num primeiro momento Foi criado o Museu Pedagógico, anexo à Biblioteca “Caetano de Campos “, depois a denominação ficou Biblioteca “Caetano de Campos “anexa ao Museu Pedagógico.
Com a aposentadoria de D. Iracema Marques, foi nomeada como museóloga responsável pelo museu e a biblioteca Infantil anexa ,em 1966.
Em 1978, foi a responsável pela mudança e organização de toda a Biblioteca Infantil, Museu e Biblioteca Paulo Burroul para o prédio novo da Aclimação, onde se aposentou em 1981.
D. Wilma passou 36 anos dentro do “Caetano de Campos”, como estudante declara que na escola teve seus mestres como verdadeiros amigos, como museóloga, o privilégio de ter presenciado os melhores momentos de uma instituição que foi um exemplo para o ensino público.



                                               Primeira página do álbum de formatura


                  Formanda do Curso Normal do Instituto de Educação "Caetano de Campos"


                          Certificado de conclusão do Curso Normal do IECC, em 1953




                              Recém formada, trabalhando no Jardim de Infância

                  Década de 1950, quando era assistente de direção do Jardim de infância


                          Com colegas, na festa da Primavera (mesmo dia da foto anterior)


                                 Década de 1960, obras assistenciais na escola




                Diploma de museóloga, no primeiro curso de museologia, em 1962


      Década de 1960, ao fundo, presenciando homenagem à diretora Corintha Aciolly




No museu da escola- década de 1970, em companhia de D.Gioconda, avó de Cecília e José Merola, voluntária na APM




                     À esq.,na década de 1980, já no prédio do Caetano de Campos da Aclimação




                                                           D. Wilma, em 2011


veja entrevista com D. Wilma: clique aqui


                                       









quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Encontro ex-alunos dia 20 de setembro de 2011


Eis algumas fotos do encontro dos ex-alunos do IECC no dia 20 de setembro. As fotos são de autoria de Guilherme Braga, um dos organizadores do evento. Além desta matéria , postei uma sob o título Homenagem à memória de Caetano de Campos , onde estão postados o poema de D. Cecília e meu discurso, entre outros.



 O evento estava marcado para as 15:00hs, mas desde às 14:00hs muitos alunos e professores já haviam chegado ( ansiedade, né?! quem aguenta?!). O evento foi todo filmado pela equipe da TV Cultura e aos poucos será divulgado pela Secretaria da Educação, que através do CRE Mário Covas atendeu ao pedido dos ex-alunos e foi imprescindível para o sucesso do encontro.


Fernando Padula , Chefe de Gabinete da Secretaria da Educação abriu a cerimônia, após todos cantarmos o Hino Nacional. No seu discurso ele conta que é filho de uma caetanista e que coincidentemente trabalha numa das salas onde sua mãe teve aulas. Ele diz que a Secretaria está de portas abertas para todos nós.



Maria Salles, diretora do Centro de Referência ao Ensino Mario Covas nos conta como foi o processo da execução do evento e pede para que os alunos do Caetano de Campos da Praça Roosevelt se levantem para apresentá-los à platéia, já que eles são a geração que está herdando os valores passados pelo patrono. Depois do evento perguntei a eles o que eles tinham achado:
Gabriel me respondeu:
_Vi muita gente chorar. Percebemos como todos gostavam da escola.
Gabriel se mostrou impressionado.

D. Kiyome fala de como veio do interior para São Paulo, ingressou no Curso Normal do Caetano de Campos, conheceu a mestra Cecília Amoroso, que desenvolveu todo o método de aprendizado do   "patinho"e como esta mulher, com seus valores influenciou sua vida. D. Kiyome foi professora do primário nos anos 1970 e orientadora pedagógica nos anos 1980, passou parte de sua vida no Caetano.

D. Angela Amoroso, filha de Cecília Amoroso declama uma poesia de autoria de sua mãe. No final do evento ela me confessa que nunca poderia imaginar que a mãe fosse lembrada de uma maneira tão carinhosa nesse evento que para ela superoutodas as suas expectativas. Sua irmã Arminda, que trabalhou muitos anos como professora e coordenadora pedagógica na escola também estava presente.

Meu discurso: falei sobre o nosso patrono, sobre os diretores que passaram pela escola, sobre os profissionais que lá trabalharam, lembrei de figuras queridas e importantes para todos nós e acabei falando da nossa cumplicidade e como passaremos nossos valores adiante; os valores de Caetano de Campos. Pra ser sincera eu achei que não ia conseguir nem falar, porque estava muito emocionada. Como muitos colegas gritavam e aplaudiam à medida que o discurso ia discorrendo, isso ia me dando uma força que me fez seguir em frente, obrigada colegas!!!!

Dr Modesto Carvalhosa: muito emocionado, esse colega que foi o grande lutador para que nossa escola não fosse demolida nos anos 1970 devido à construção da estação República do Metrô, conta um pouco sua ( nossa) história.Dr. Carvalhosa é Presidente de honra da associação dos ex-alunos.

Arystóbulo Freitas: Presidente da Associação dos ex-alunos conta um pouco sobre a associação, lembrando de Eliane Cáceres, ex-aluna que sempre lutou para a preservação do acervo da escola e amou a escola até o final, pois faleceu há alguns anos,falou sobre a importância desta associação e de sua continuidade. Foi ele que foi nosso mestre de cerimônia.


Fernando Amaral, ex-aluno que esteve à frente da realização deste grande evento fala da emoção de estarmos todos reunidos e no final homenageia os nossos mestres presentes. Para estes professores são entregues uma placa de prata com agradecimentos e seus nomes gravados e também uma singela maçã, colocada numa cestinha de vime e coberta por papel celofane, executada pela ex-aluna Denise de Oliveira, também é entregue aos mestres, como símbolo do nosso carinho.

Nossa colega Ana Cristina de Sá toca uma canção de carnaval que ficou em primeiro lugar no festival da escola em 1976.Muito divertido.


Em seguida, um filme da secretaria da educação, sobre o prédio da escola é colocado no telão.

E o melhor veio no final: todos nós cantamos o hino da escola, numa gravação feita pelo Gilson Peranzzetta, maestro casado com a Eliana Fonseca Peranzzetta, ex-aluna.
Todas as gerações cantando o hino da escola. Várias gerações, um só coração.
No final, passamos pelo foyer, onde havia um coquetel.

Diógenes Lawand, Suely Ramos e Marlucia Naves Lemos do Cre Mário Covas, pessoas imprescindíveis na organização do evento. No foyer foi colocado um painel com uma foto gigante de D. Corintha Aciolly e alguns alunos. Em dois lugares podia-se encaixar a cabeça atrás do painel e fingir que estava abraçado com a diretora. Muita gente tirou fotos.

Fomos para a foto oficial nas escadarias da escola. Cantamos o Salve Escola novamente. Depois um tour foi feito dentro da secretaria. Tinha gente correndo e deslizando no corredor, lembrando dos velhos tempos.

veja mais sobre o encontro: clique aqui

domingo, 25 de setembro de 2011

Semana da Asa







             1944- Pátio do Instituto de Educação  "Caetano de Campos"- Batismo de 5 aviões!
No ano de 1941, foi fundada a Força aérea Brasileira, a FAB, portanto este ano completa 70 anos de existência. A semana da Asa foi criada em 1944 no Rio de Janeiro, como é explicado na matéria do Jornal Nosso esforço daquele ano. Esse registro é inédito e de fator importantíssimo para nossa história:
















                                                              1964- Jornal Nosso Esforço: